quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Mineiro alfineta projeto do PMDB de unir partidos no RN

O cenário político eleitoral e as alianças para as eleições 2014 foram comentadas nesta segunda-feira (27) em entrevista ao RN Acontece pelo deputado estadual Fernando Mineiro (PT). Mineiro alfinetou a proposta do PMDB em querer unir partidos e disse que se for confirmada a "ampla aliança", o Partido dos Trabalhadores não irá participar. 

"O PT tem como prioridade da reeleição de Dilma no plano nacional. O PMDB tem outra prioridade, eles buscam uma aliança mais ampla. Eu acho contraditório no cenário nacional ter uma perspectiva e no local, ter outra prioridade. Aqui no Estado, o Henrique comunicou ao PT essa aliança mais ampla com candidaturas oposicionistas. São escolhas que cada partido faz, mas se for assim, o PT está fora", justificou.

Mineiro completou o raciocínio, afirmando que o PMDB não quer duelo nas eleições de 2014 e por isso, a ideia de unir as maiores forças do Rio Grande do Norte. "O PMDB tem ideia de juntar o maior campo de forças possível. Ele busca um WO, um discurso que quando vai pra concretização de um projeto maior não cola. Qual o projeto do Estado? Qual o discurso? O mesmo usado para sustentar Micarla e Rosalba? O PT quer um outro caminho, junto com o povo. E não em um projeto que vai juntar partidos, inclusive com os responsáveis pelo caos administrativo", comentou. 

O deputado disse ainda que se concretizada a proposta de uma aliança ampla, o PT vai dialogar com os outros partidos que não serão incluídos nessa chapa, como o PSD, do vice-governador Robinson Faria.

"O PT deixou claro, o presidente Eraldo, a deputada Fátima: nós queremos discutir um projeto do estado junto com o projeto nacional. Nós temos o nome da deputada Fátima para o Senado", afirmou. 

Durante a entrevista, o jornalista Diógenes Dantas questionou a possibilidade de uma chapa "puro sangue" com a deputada Fátima Bezerra (PT) para o Senado e Fernando Mineiro (PT) para o Governo do Estado.  Sobre o assunto, o deputado respondeu. "Nós não queremos uma chapa puro sangue. Só se formos obrigados. Vamos conversar com o PSD, vamos debater com a sociedade e escolher quem serão os parceiros nesse projeto nacional para a reeleição de Dilma e local, para o Rio Grande do Norte", detalhou. 

Mineiro disse ainda que o prazo de definição do PT será em março e usou a palavra "coerência" para afirmar que o partido terá apenas um caminho e voltou a alfinetar o PMDB que no "arco de aliança" deve apoiar três candidaturas nacionais: a de Aécio Neves (PSDB) com o apoio do DEM; de Eduardo Campos (PSB) com o apoio do PSB e a de Dilma Rousseff (PT) com o apoio dos demais. Via nominuto.

O porto de Mariel, Brasil, Cuba e o socialismo


Com Mariel, Brasil rompe concretamente o bloqueio imperialista contra Cuba, disse o marinheiro aposentado Jorge Luis, que já esteve em portos brasileiros.

Havana - Tem sido extremamente educativo registrar, aqui em Havana, a reação do povo cubano diante da inauguração do Porto de Mariel. Expressando um elevado nível cultural, uma mirada política aprofundada sobre os fenômenos destes tempos, especialmente sobre a Reunião de Cúpula da Celac que se realiza por estes dias aqui na Ilha, tendo como meta central, a redução da pobreza, os cubanos revelam, nestas análises feitas com desembaraço e naturalidade, todo o esforço de 55 anos da Revolução Cubana feita na educação e na cultura deste povo.

Mariel, uma bofetada no bloqueio 

Poderia citar muitas frases que colhi ao acaso, conversando com os mais diversos segmentos sociais, faixas etárias distintas, etc, mas, uma delas, merece ser difundida amplamente. O marinheiro aposentado Jorge Luis, que já esteve nos portos de Santos e Rio de Janeiro, que vibra com o samba carioca, foi agudo na sua avaliação sobre o significado da parceria do Brasil com Cuba para  construir o Complexo Portuário de Mariel. “ Com Mariel,  Brasil rompe concretamente o bloqueio imperialista contra Cuba”, disse. E adverte: “ Jamais os imperialistas vão perdoar Lula e Dilma”. Ele não disse, mas, no contexto do diálogo com este marinheiro negro, atento ao noticiário de televisão, leitor diário de jornal, informado sobre o que ocorre no Brasil e no mundo,  estava subentendido, por sua expressão facial, que ficava muito claro porque Dilma é alvo de espionagem dos EUA.

O tom da cobertura do oposicionismo impresso brasileiro, pré-pago, à inauguração do Porto de Mariel, não surpreende pela escassa informação que apresenta, muito menos pela abundante insinuação de que tratar-se-ia apenas  de um gasto sem   sentido,  indefensável, indevido.  Ademais, sobram  os  rançosos preconceitos de sempre, afirmando que o Brasil estaria financiando a “ditadura comunista”,  tal como este oposicionismo chegou a mencionar que seria esta a única razão para empreender um programa como o Mais Médicos, que salva vidas e que tem ampla  aprovação  da sociedade brasileira.

É necessário um jornalismo de integração

Informações objetivas sobre o significado e a transcendência do Complexo Portuário de Mariel certamente faltarão ao povo brasileiro. Primeiramente, porque o oposicionismo midiático não permitirá sua difusão, numa evidente prática de censura. E, por outro lado,  nem o PT ou as forças que sustentam politicamente   o governo Dilma e estas iniciativas robustas da política externa brasileira,  com tangíveis repercussões sobre a economia brasileira, possuem uma mídia própria para esclarecer o significado de Mariel, ante um provável dilúvio de   desinformações sobre a sociedade brasileira.

Primeiramente, deve-se informar que o financiamento feito pelo BNDES, algo em torno de um bilhão reais na primeira fase,  não se trata de uma doação a Cuba. É um empréstimo, que será pago. As relações bilaterais Brasil-Cuba registram crescimento contínuo nos últimos anos.

Além disso, está condicionado à contratação de bens e serviços na economia brasileira, além de envolver cerca de 400 empresas,  sendo, portanto, um dos fatores a mais que explicam porque há contínua expansão no mercado de trabalho brasileiro, com uma taxa de desemprego das mais baixas de sua história. Ao contrário do que ocorre, por exemplo,  na Europa, onde aumenta o desemprego e há eliminação de direitos trabalhistas e sociais conquistados décadas atrás.

Dinamização das forças produtivas

Além disso, Mariel vai ser  - por enquanto , Dilma inaugurou apenas a primeira fase  -  o maior porto do Caribe, com capacidade para atracar navios  de calado superior a 18 metros, e  também , podendo movimentar mais de 1 milhão de conteiners por ano. Terá um impacto especial para o comércio marítimo também direcionado ao Pacífico, via Canal de Panamá. Para isto, vale lembrar da importância da participação da China, crescente, na economia latino-americana, em especial  com o Brasil. Tanto o gigante asiático como empresas brasileiras, já manifestaram interesse em instalarem-se na Zona Econômica Especial a ser  implantada em Mariel, onde também já foi construída uma rodovia moderna, estando em construção, uma ferrovia.

De alguma maneira , Havana retoma uma posição de destaque no comércio marítimo internacional,  pois já foi o maior porto da América Latina,  ponto de conexão de várias rotas, tendo sido, por isso mesmo, uma cidade com mais de 70 por cento de habitantes portugueses,  quando Portugal era um grande protagonista na marinha mercante internacional. Havana já teve, também,  uma das maiores indústrias navais do mundo.

Cuba  sempre impulsionou a integração

O tirocínio do marinheiro negro Jorge Luis é perfeito. Depois de suportar décadas de um bloqueio que impediu os cubanos a compra de uma simples aspirina no maior e mais próximo mercado do mundo, os EUA, a Revolução Cubana, tendo resistido a ventos e tempestades, sobretudo às agressões  imperialistas, soube preparar-se para esta nova etapa da história, simbolizada pela existência de uma Celac que vai se consolidando, pouco a pouco. Não sem enfrentar ações desestabilizadoras, lançadas contra os países mais empenhados na integração regional latino-americana, como Venezuela, Bolívia, Equador, e, também, pelas evidentes ações hostis contra Brasil e Argentina. Cuba investiu parte de seus modestos recursos na solidariedade internacional. Seja no envio de 400 mil homens e mulheres para derrotar  o exército racista da África do Sul que havia invadido Angola, como também para promover , em vários quadrantes, com o envio de professores, métodos pedagógicos, médicos e vacinas, a eliminação do analfabetismo e o salvamento generalizado de vidas. É o caso, por exemplo,  do programa Mais Médicos, não por acaso tão injustamente desprezado pela oligarquia midiática, que vocaliza os laboratórios farmacêuticos multinacionais. 

Como defender que salvar vidas merece desprezo?

É certo que todas as economias caribenhas e latino-americanas  serão dinamizadas com a entrada em funcionamento do Porto de Mariel, gerando mais empregos, possibilitando novas opções comerciais. É emblemático que China esteja firmando um acordo estratégico de cooperação com a Celac. Para uma economia cercada de restrições, sem  capacidade de investimentos,  sem engenharia nacional para fazer esta obra por conta própria,  o Porto de Mariel, é um imenso  descortinar de possibilidades para Cuba. Os gigantescos navios chineses, de uma China que consolida sua posição como a segunda potência comercial mundial, não podiam mais aportar no velho Porto de Havana, o que resultava numa limitação operacional e logística, com impactos econômicos negativos de grande monta. O Porto de Havana será readaptado para o turismo e a economia cubana, no seu conjunto, recebe, com Mariel um enorme impulso para a dinamização de suas forças produtivas. A atendente do hotel onde estou instalado me confessava hoje o interesse de ir trabalhar em Mariel, porque, segundo disse, o futuro está por ali e são empregos mais promissores. 

Mariel e seus impactos internacionais

Realmente,  para um economia que perdeu a parceria que tinha com a União Soviética, que resistiu durante o período especial com as adaptações inevitáveis  para salvar o essencial das conquistas da Revolução,  o que Mariel significará é de extraordinária relevância. E é exatamente na dinamização das forças produtivas da Revolução Cubana que se localizam  as chaves para muitas portas que podem ser abertas para uma maior dedicação de meios , recursos e iniciativas visando a integração latino-americana. E,  neste quebra-cabeças, a política estratégica implantada por Lula, continuada por Dilma,  é ,inequivocamente, muito decisiva. Que outro país poderia fazer um financiamento deste porte para a construção de Mariel?

Por último, pode ser muito útil uma reflexão sobre os diversos pensadores, formuladores e também executores de políticas de integração. Desde Marti,  aquele analisou a importância da “nossa Grécia”, numa referência ao significado da civilização Inca, mas que também  formulou o conceito de Nuestra América,  até chegando ao pensamento de Getúlio Vargas, criador do BNDES, o banco estatal de fomento que está financiando a construção do Porto de Mariel, uma estupenda ferramenta integradora. Tudo converge para a abertura de uma nova avenida para dar trânsito à integração. Seja pela sabedoria dos povos da região que estão sabendo apoiar, com o seu voto,  os governos que mais impulsionam estas políticas, seja pelos avanços concretos que estas políticas integradoras têm registrados, apesar da insistência nada profissional do jornalismo de desintegração em reduzir tudo a zero.

Futuro socialista
A força e a necessidade histórica das ideias se vêm comprovadas nesta inauguração da primeira etapa do Porto de Mariel, em plena reunião da Celac, sem a presença de Estados Unidos e Canadá, patrocinadores históricos da desintegração entre os povos. A simbologia da justeza histórica do pensamento martiniano, nos permite, agora,  afirmar, também, que José Marti é um dos autores intelectuais de Mariel. E,  retomando o otimismo realista do marinheiro Jorge Luis, constatamos que  a dinamização das forças produtivas da Revolução Cubana que a parceria entre Cuba e Brasil possibilita, foi estampada na frase final do discurso do presidente cubano, General  Raul Castro: “Mariel e a poderosa infraestrutura que o acompanha são uma mostra concreta do otimismo e  da confiança  com que os cubamos  olham o futuro socialista e próspero da Pátria”. O marinheiro negro captou o significado essencial  destes dias. Não por acaso, a Marcha das Tochas, que celebra com chamas que não se apagam, as ideias de Marti, em seu aniversário, ontem - com mais de 500 mil manifestantes, maioria esmagadora de jovens - teve, na  primeira fila, além de Raul, os presidentes Evo Morales, Nicolás Maduro, Pepe Mujica,  Daniel Ortega. As ideias de Marti, materializadas nestes avanços produtivos e integradores, como Mariel, vão iluminando o futuro socialista de Cuba e, com isto, da integração latino-americana. 

(*) Beto Almeida, de Havana, Membro do Diretorio da Telesur. Créditos da foto: Agência BrasilA.

O Governo Federal já possibilitou a 1,5 milhão de pessoas de todo o país a realização do sonho da casa própria. Inclusive aqui em São Gonçalo do Amarante

Através do programa “Minha Casa, Minha Vida” foram contratadas 2,2 milhões de moradias, muitas já entregues pelo governo da presidenta Dilma. A expectativa é, até o fim de 2014, contratar mais 510 mil casas e atingir a meta de 2,7 milhões de moradias contratadas. No estado do Paraná, mais de R$ 10 bilhões foram investidos nesse que é o maior programa habitacional da história do Brasil.

Bolsa Família, o poder transformador de uma infância sem fome

Ramiro Furquim/Sul21
Para Tereza Campello, o maior efeito transformador do Bolsa Família foi sobre o próprio Estado, que passou a ter um olhar estratégico sobre a pobreza.

Porto Alegre - “Temos uma visão muito distante das diferentes pobrezas que existem no Brasil”. A primeira pessoa do plural empregada pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, na abertura do debate do qual participou neste sábado (25), no Fórum Social Temático 2014, foi um convite para que todo o público se reconhecesse nesta condição. Uma condição de distância em relação a essa realidade que, historicamente, é o cotidiano da maioria da população brasileira. O vídeo de três minutos exibido na abertura do encontro encurtou um pouco essa distância trazendo o depoimento de pessoas beneficiárias do Bolsa Família e de outras políticas públicas do governo federal. Políticas compensatórias ou transformadoras? – perguntava a frase do material de divulgação do diálogo.

Os depoimentos exibidos no vídeo já indicavam, por si só, o caminho da resposta. Relatos de profundas transformações na vida de pessoas e famílias. Não eram relatos de caridade, mas sim de afirmação de projetos, de coragem para enfrentar a vida. As diferentes pobrezas têm como contrapartida, agora, diferentes histórias de orgulho e superação. A ministra Tereza Campello tratou disso quando abordou os temas da superação da miséria e da ampliação de direitos sociais. Ela fez uma advertência preliminar: “Não acho que nenhuma política social sozinha consegue ser transformadora. Quanto mais ela consegue ser mobilizadora de outras políticas, mais bem sucedida ela será. O Brasil não mudou por causa do Bolsa Família. Mudou por causa do Bolsa Família, da política de valorização do salário mínimo, do Prouni, da geração de emprego e assim por diante”.

O poder transformador de uma infância sem fome

O conjunto dessas políticas e a articulação de seus resultados já teve um enorme poder transformador sobre a vida de milhões de pessoas. Só o Bolsa Família atinge cerca de 50 milhões de pessoas e mobiliza um conjunto de outras políticas.

Hoje, ele não é só um programa de transferência de renda. Embora seja apontada nas estatísticas e reconhecida socialmente de modo genérico, essas vidas transformadas nem sempre são visíveis para o conjunto da população. Quando se assiste a um vídeo com depoimentos sobre esse poder transformador atuando concretamente na vida das famílias, o impacto e a própria compreensão acerca de sua dimensão estratégica são muito maiores. “Estamos falando do poder transformador de uma infância sem fome. Já são quase 12 anos de uma infância sem fome”, resumiu Tereza Campello.

Ao fazer um rápido balanço de dez anos do Bolsa Família, a ministra destacou três avanços que considera essenciais. O primeiro deles é o impacto na saúde. A saúde das crianças melhorou em função do casamento do Bolsa Família com o Programa de Saúde da Família. Houve uma redução de 58% da mortalidade infantil causada por problemas relativos à desnutrição. O segundo impacto positivo é na educação, com a alteração da trajetória educacional das crianças. Essa alteração aparece, por exemplo, nas taxas de aprovação. Os jovens do Bolsa Família tem um melhor desempenho escolar no ensino médio do que os jovens que não são beneficiários do programa. A taxa de aprovação dos alunos com Bolsa Família no ensino médio é de 79,7%, enquanto a dos alunos sem Bolsa Família é de 75,7%.

É a primeira vez na história, assinalou a ministra, que temos um indicador de desempenho entre os mais pobres superior ao indicador do resto do país. Na região Nordeste, essa proporção é ainda maior, considerando a aprovação no ensino médio: 82,6% de aprovação entre os alunos com Bolsa Família, contra 72% dos demais.

O terceiro ponto destacado por Tereza Campello foi a redução de 89% da extrema pobreza, lembrando que essa pobreza se concentra mais entre jovens até 15 anos.
Mas o maior efeito transformador do Bolsa Família, defendeu, foi sobre o próprio Estado, que passou a ter um olhar estratégico sobre a pobreza. “Enquanto o mundo inteiro está abrindo mãos de políticas universalizantes, nós seguimos avançando nesta direção, especialmente nas áreas da saúde e da educação. Nós ainda temos muitos problemas a resolver. A falta de creches é um deles. Em São Paulo, famílias mais ricas entram na Justiça para garantir vaga em creche. Precisamos mudar esse quadro”, disse a titular do MDS.

Os limites do governo

Mauri Cruz, da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais, concordou com Tereza Campello que as políticas públicas implementadas na última década estão promovendo uma alteração sistêmica na sociedade brasileira. Por outro lado, ele assinalou que o governo tem limites neste processo de transformação e que o seu grande aliado para superar esses limites é o poder popular, a força e a organização do povo. “O processo de participação popular no governo pode ser mais ousado”, defendeu. Outro agente que pode ajudar o governo a enfrentar tais limites, defendeu ainda Mauri Cruz, é um partido político capaz de fazer essa ponte entre o governo e os movimentos sociais. “Está faltando partido”, resumiu.

A situação dos moradores de rua

Samuel Rodrigues, do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis e do Movimento Nacional de População de Rua, reconheceu o Bolsa Família como um passo importante, mas assinalou que as pessoas, após conquistarem um direito, querem mais, querem trabalho, voltar para sua terra, querem outros direitos. “A população está percebendo que coisas como o Bolsa Família são direitos e não esmolas”, disse.

Samuel defendeu o aperfeiçoamento dos procedimentos de busca ativa e de diálogo com os moradores de rua e criticou aqueles governos que adotam políticas conflitantes, implementando, por um lado, políticas de assistência social e à noite políticas autoritárias de remoções desses moradores.

Ele também fez uma profissão de fé emocionada no trabalho da Assistência Social. “Eu sou usuário da Assistência Social desde que nasci. A Assistência Social mudou a minha vida. Tive momentos difíceis em que deu vontade de desistir e tinha um assistente social ao meu lado me dando apoio e dizendo que eu era capaz de seguir em frente. Sou apaixonado por essa profissão.

Na mesma linha de Mauri Cruz, Samuel Rodrigues também defendeu a ampliação dos espaços de participação no governo. “A sociedade tem mais para dizer e para participar. O governo pode ousar mais nesta área”.

Bolsa Família e o outro mundo possível

Último a falar no debate, o sociólogo Emir Sader defendeu os avanços obtidos por políticas como o Bolsa Família como exemplos do “outro mundo possível” que o Fórum Social Mundial se propõe a construir. Para Emir Sader, houve um desencontro entre o Fórum e o outro mundo possível.

“O outro mundo possível aparece no vídeo que vimos aqui, está presente em políticas concretas no Brasil, na Bolívia, no Equador, na Venezuela. O Fórum errou quando, lá atrás, excluiu o Estado, os partidos e os governos de suas atividades. A ideia de uma sociedade civil global é uma ficção e a propalada autonomia dos movimentos sociais é autonomia em relação ao que mesmo? À política? Isso não funciona. Eu esperava um balanço mais crítico dos zapatistas que hoje estão isolados no Sul do México. Outro exemplo é do movimento do piqueteros na Argentina, que surgiu como uma grande novidade, abriu mão de fazer política e hoje simplesmente acabou”, disse o sociólogo, sugerindo que o Fórum Social Mundial caminha na mesma direção.

Para Sader, o caminho que as forças que integram o Forum deveriam seguir é aquele adotado pelos movimentos sociais na Bolívia e no Equador que organizaram partidos e foram disputar o poder. “A Bolívia acabou com o analfabetismo. Aí está o outro mundo possível. Sem Estado, não tem política social, não tem integração regional, não tem nada. Quando ocorreu o Fórum em Belém, nós tivemos que organizar um evento paralelo para reunir os presidentes Lula, Evo Morales, Hugo Chávez e Rafael Correa. Um absurdo. O papel do Fórum Social Mundial deveria ser o de socializar experiências reais do outro mundo possível”.

Falando sobre a conjuntura brasileira, Emir Sader defendeu que há dois diagnósticos em luta no Brasil. O primeiro deles, defendido diariamente pela mídia, é o que defende o equilíbrio das contas públicas acima de tudo. Para os defensores desse diagnóstico, a grande saga do Brasil é a luta contra a inflação. O segundo diagnóstico é o que defende a prioridade para o social. Para o sociólogo, a maior prova de que o governo Dilma segue esse segundo diagnóstico é que apesar da economia estar estagnada, com um crescimento de 1,5%, as políticas sociais seguem avançando. “O Brasil está disputando capital hoje não com outros países, mas sim com o capital financeiro internacional, que está com a boca torta de tanto ganhar dinheiro com juros altos”.

Emir Sader defendeu a reeleição do projeto representando pela presidenta Dilma Rousseff e disse que um dos principais desafios políticos das organizações populares e movimentos sociais é eleger representantes de esquerda. “Onde está a bancada dos trabalhadores rurais no Congresso? Só tem dois representantes hoje. Onde está a bancada dos educadores? Se não transformarmos o Congresso os limites do governo prosseguirão. A nossa luta é pela democratização do Estado, o que exige, entre outras coisas, que consigamos mudar o perfil do atual Congresso”, concluiu.


Créditos da foto: Ramiro Furquim/Sul21

Governadora do Dem é cassada. De novo

A Governadora do Dem, Rosalba Ciarlini, que se mantém à frente do Governo do RN por força de uma liminar do TSE, foi novamente cassada pelo TRE-RN hoje à tarde.

Pela segunda vez, ela é condenada pelo uso da máquina pública nas eleições de 2012, em Mossoró (RN).

Na primeira cassação, ocorrida em dezembro passado, o TRE-RN demorou 3 dias para publicar o acórdão. Neste meio tempo, a defesa de Rosalba preparou recurso ao TSE. Nem bem meia hora depois de publicado o acórdão no Diário da Justiça do RN, a Ministra Laurita Vaz concedeu liminar garantindo a governadora demista no cargo.

Hoje, nova cassação. 

Desta vez, quanto tempo levará o TRE-RN para publicar o acórdão? A governadora do Dem conseguirá outra liminar? A Assembléia Legislativa do RN dará posse imediata ao vice-governador, Robinson Faria?

Até quando durará esta instabilidade que o Dem e seus aliados implantaram no Estado?

Este governo está politicamente DEMsmoralizado e já perdeu, há tempos, a governabilidade.

Quanto mais rápido se resolver esta situação, menos prejuízo para a sociedade.

Torço pelo fim desse puxincói.
Esperar até 31 de dezembro de 2014 será uma verdadeira tortura para a sociedade potiguar.

Mineiro

DILMA REBATE PSDB: "EU PAGO A MINHA CONTA"

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A presidente Dilma Rousseff (PT) negou, nesta terça-feira (28), ter pago a conta de um restaurante em Lisboa com recursos públicos; "Eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta. Eu pago a minha conta. É exigência para todos os ministros, e eu só faço exigência que eu também exijo de mim, que quem jantar ou almoçar comigo pague a sua conta", afirmou; PSDB entrou com representação na Comissão de Ética da Presidência contra Dilma.

Via 247 - A presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu, nesta terça-feira (28), as críticas de que tenha feito uma parada desnecessária em Lisboa na volta do Fórum Econômico Mundial em Davos. Ela negou ter pago a conta de um restaurante com recursos públicos.
"Eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta. Eu pago a minha conta", disse Dilma, durante entrevista em Havana, onde participa da cúpula da Celac. "É exigência para todos os ministros, e eu só faço exigência que eu também exijo de mim, que quem jantar ou almoçar comigo pague a sua conta", afirmou. Segundo ela, isso é "extremamente democrático e republicano."
"Não tem a menor condição de alguma vez eu usar cartão corporativo; no meu caso está previsto para mim cartão corporativo, mas eu não faço isso porque eu considero que é oportuno que eu dê exemplo, diferenciando o que é consumo privado do que é consumo público", explicou Dilma.
Segundo ela, houve até casos "chatos": na comemoração de seu aniversário em Moscou, algumas pessoas não esperavam ter que pagar a conta, disse a presidente.
Questionada se estaria chateada e se as notícias atingem sua imagem de austeridade, Dilma afirmou: "Eu não olho o que tem por trás, meu couro ficou duro, eu suporto."
REPRESENTAÇÃO DO PSDB
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República recebeu hoje (28) representação contra a presidenta Dilma Rousseff sobre a sua estadia em Portugal no último fim de semana. No sábado (25), a presidenta desembarcou e dormiu em Lisboa após sair da Suíça com destino a Cuba. Na Suíça, ela participou do Fórum Econômico Mundial e em Cuba cumpre agenda da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Protocolada pelo PSDB, a representação informa que a escala em Portugal teve um padrão de gastos com “hospedagens de luxo a um alto custo para o erário”. Segundo reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, a comitiva presidencial ocupou mais de 30 quartos de dois dos hotéis mais caros de Lisboa e Dilma jantou em Lisboa com ministros e assessores.

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, a escala técnica era obrigatória, devido à autonomia da aeronave, e o motivo de Dilma ter pernoitado se deve a uma decisão da Aeronáutica devido às condições meteorológicas.
No documento enviado à Comissão de Ética Pública, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) explica que a atuação do presidente da República deve ser exemplar quanto à probidade e à ética. O texto busca argumentar que a chefe do Poder Executivo deve observar o que está previsto no Código de Conduta da Alta Administração Federal.

A lista das autoridades abrangidas pelo Código, no entanto, não inclui a presidenta, pois a comissão, na verdade, tem a obrigação de submeter ao presidente da República sugestões de procedimentos caso o Código de Conduta seja descumprido. São objetos de análise da comissão apenas os ministros e secretários de Estado, titulares de cargos de natureza especial, secretários executivos, secretários ou autoridades que têm cargo comissionado.

Hoje e ontem, PSDB e PPS, respectivamente, também solicitaram a investigação do caso pela Procuradoria Geral da República. Nesta quarta (29), a Comissão de Ética Pública tem reunião agendada, mas a agenda é fechada e ainda não se sabe se os conselheiros vão discutir o assunto.
Abaixo matéria da Agência Brasil
Dilma diz que pousou em Lisboa porque avião não tinha autonomia
Paulo Victor Chagas
A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (28) que o avião presidencial não tinha autonomia para fazer um voo direto de Zurich, na Suíça, até Havana, em Cuba. Segundo ela, a parada em Lisboa, em Portugal, no último sábado (25), foi uma das alternativas que a comitiva tinha para concluir a rota e as despesas no restaurante em que jantou foram pagas por cada integrante da equipe.
“Nesse caso, nós tínhamos uma discussão, eu podia ir ou para Boston, para Pensilvânia ou para Washington [nos Estados Unidos]. Acontece que podia ter, não se sabia se confirmaria ou não, um problema forte lá por causa das nevascas, então a Aeronáutica montou uma outra alternativa”, disse a presidenta.
“O avião, chamado Aerolula, não tem autonomia de voo, ao contrário dos aviões do México e de outros países”, disse. Segundo ela, a alternativa foi desembarcar em Lisboa com a equipe que a acompanhou na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial.
Dilma disse que pousou em Portugal às 17h30 de sábado, horário local, e saiu do país no domingo às 9h. “Quem anunciou que eu estava passando um fim de semana em Lisboa não sabe fazer a conta. Eu dormi em Lisboa”, declarou a jornalistas, entre uma atividade e outra que participou na 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
De acordo com Dilma, a conta do restaurante em que jantou com ministros após chegar em Portugal foi paga por cada um dos presentes. “No que se refere a restaurante, eu quero avisar para vocês o seguinte: é exigência para todos os ministros, e eu só faço exigência do que eu também exijo de mim, que quem jantar ou almoçar comigo pague a sua conta”, afirmou.
“Eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta. Eu pago a minha conta”, declarou após contar que pagou a conta do próprio aniversário. “Em todos os restaurantes em que estive, em alguns causando constrangimento, porque fica esquisito uma presidente e uma porção de ministros fazendo aquela conta de quanto é para cada um. Tem gente que acha estranho, eu acho que isso é extremamente democrático e republicano”.
Nesta tarde, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República recebeu uma representação contra Dilma sobre os supostos gastos de dinheiro público na sua parada em Portugal.

NOTA DA COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL DO PT

Reunida no dia 27 de janeiro de 2014 em São Paulo, a Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, aprovou a seguinte nota de conjuntura:

O Partido dos Trabalhadores inicia 2014 com um objetivo inarredável: a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, para consolidar e fazer avançar o projeto de transformações econômicas, sociais, políticas e culturais, inaugurado com a vitória do presidente Lula em 2002.

Nossa disposição, desde já manifestada entusiasticamente em cada canto do País pela militância, é a de criar condições, na sociedade, nos governos estaduais e nos parlamentos de modo a que a companheira Dilma possa realizar um segundo governo com novas e maiores conquistas para o povo brasileiro.

Para tanto, é necessário, agora e durante a campanha, estreitar os vínculos com o movimento sindical e popular; ampliar as alianças e fortalecer as relações com os partidos da base de sustentação ao governo; intensificar o diálogo, bem como apresentar um programa capaz de corresponder às aspirações, reivindicações, sonhos e expectativas de mudanças da população.

Uma maioria parlamentar, a eleição de novos governadores comprometidos com nosso projeto e, principalmente,  a construção de uma ampla base de apoio na sociedade são condições para promover reformas estruturais necessárias, como é o caso da reforma política, da democratização dos meios de comunicação, das reformas urbana e agrária, da reforma tributária – todas elas necessárias para aprofundar a democracia e reduzir a desigualdade social no País.

Com algumas candidaturas majoritárias do PT já definidas e em tratativas com aliados que pleiteiam nosso apoio, o cenário atual é de demonstração de força e perspectivas de crescimento para a presidenta Dilma, líder nas pesquisas e com índices de aprovação positivos.

Entretanto, constitui grave equívoco imaginar que a eleição está ganha. Trata-se, isto sim, de trabalhar para que a tendência se mantenha, sem soberba, sem arrogância e sem subestimar os adversários, numa eleição que se afigura renhida, contra forças conservadoras e poderosas.

Nossos oponentes, amparados por grupos da classe dominante inconformados com as mudanças do Brasil e perdas relativas de privilégios, desencadearam contra o governo e o PT uma campanha inclemente. Investem no descrédito do País no exterior; tacham nosso governo de intervencionista; acenam com a volta da inflação (que está sob controle); prevêem retração no mercado de trabalho (que continua a gerar novos empregos); apontam um descontrole fiscal inexistente; vaticinam tendências de recessão e chegam a torcer contra a realização da Copa do Mundo.

Contra os fatos, semeiam a insegurança, a incerteza e promovem ações de terrorismo psicológico, na expectativa de assim nos bater nas urnas.

Mais uma vez, apostam no medo para vencer a esperança de milhões que ascenderam e melhoraram de vida sob nossos governos.

O programa da oposição, o que a une e a seus representantes, é derrotar-nos a qualquer custo: seja com quem for, conforme reconheceu recentemente um ex-presidente da República. Para tirar o PT do poder, como eles dizem, serve qualquer candidato.

Embora a campanha eleitoral ainda não tenha começado oficialmente, nossa militância deve ir-se engajando nas tarefas previstas no calendário aprovado pelo DN. O que significa não apenas escolher candidatos, aliados e organizar palanques, mas, sobretudo enfrentar o debate de ideias na sociedade. 

É importante, mas não suficiente, defender nossas realizações – as do governo Lula e as que estão em andamento --,  e comparar o Brasil de hoje com o Brasil que precedeu o governo Lula.  Mais que nunca, temos de apresentar propostas, projetos e compromissos com o futuro: fizemos muito, continuamos fazendo, e vamos fazer mais e melhor.

Na conjuntura atual, é preciso vencer a batalha de visão sobre os rumos da economia, que, na verdade, expressa uma batalha de interesses. Aqueles que antes ganhavam com a especulação, com o arrocho salarial, com o desemprego, com a privatização do Estado, atacam o núcleo de nossa política, que visa a distribuir renda, gerar empregos, para promover justiça social e sustentar o crescimento do País. Nesse sentido, o PT orienta sua militância a participar ativamente das lutas sociais por reformas estruturais e ampliação dos direitos dos trabalhadores no próximo período, a exemplo do plebiscito popular pela Constituinte Exclusiva para a reforma política, da coleta de assinaturas para a Lei da Mídia Democrática, da redução da jornada de trabalho sem redução de salários, do fim do fator previdenciário e contra as terceirizações.

Não podemos aceitar que prossiga a tentativa, sem contestação clara, de que nossa concepção de política econômica é a continuidade da linha liberal do governo de FHC. Trata-se, ainda, de ampliar o diálogo partidário sobre a agenda política aberta pelas jornadas de junho/2013, as mudanças na formação social brasileira, as novas formas de participação da juventude e o enfrentamento à criminalização dos movimentos sociais.

No próximo dia 10 de fevereiro, o PT comemora 34 anos. No mesmo ano em que o Brasil da democracia relembrará, para exorcizá-lo, o cinquentenário do golpe de 1964. Que a celebração de nosso aniversário, em todos os rincões do Brasil, dê a partida da caravana da vitória de Dilma, das campanhas de mobilização do PT, e que seja uma grande festa a favor da liberdade, da democracia e do povo brasileiro.

Por fim, queremos nos congratular com a militância que, solidariamente, vem contribuindo para pagar as multas, injustas e desproporcionais, impostas aos companheiros condenados na Ação Penal 470 do STF.

São Paulo, 27 de janeiro de 2014.

Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores.

O PT e as políticas públicas: Pepe Vargas destaca crescimento da classe média rural

pepevargas
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, destacou hoje (27) o avanço da classe média rural, a partir de políticas públicas implementadas pelos governos do PT e aliados nos últimos dez anos. Em artigo publicado no jornal O Globo, lembrou que, com o Programa Luz para Todos, “ evoluímos de 81% para 97% dos domicílios rurais com energia elétrica entre 2004 e 2012 (segundo a Pnad/IBGE). No mesmo período saímos de 58% para 74% dos domicílios rurais com água encanada (Pnad/IBGE), graças ao Programa Água para Todos”.
Ele lembrou que as políticas públicas, associadas ao aumento do salário mínimo e às aposentadorias rurais, à geração recorde de empregos formais, ao Bolsa Família e ao Brasil Sem Miséria, ‘’ permitiram um crescimento de 52% acima da inflação na renda dos domicílios da agricultura familiar entre 2003 e 2011 (Pnad/IBGE). Com isso, 5,2 milhões de pessoas ascenderam socialmente no meio rural e 3,7 milhões destas chegaram à classe média (segundo a FGV).”
Leia a íntegra do artigo:
A formação de uma classe média rural
Através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo federal está doando equipamentos aos municípios com até 50 mil habitantes, para prestarem serviços à população do meio rural. Sem exigência de contrapartida, cada município recebe uma retroescavadeira, uma motoniveladora e um caminhão-caçamba.
Investimento de cerca de R$ 1 milhão por município a preços de mercado.
Municípios do semiárido e da área de abrangência da Sudene, em situação de emergência devido à seca, recebem também um caminhão-pipa e uma pá-carregadeira, investimento de R$ 1,4 milhão por município com os cinco equipamentos. Os pequenos municípios respondem pela maioria da produção agropecuária do Brasil, que contribui com 22% do PIB nacional. Com este maquinário, as prefeituras poderão realizar melhorias e conservar as estradas não pavimentadas do meio rural, bem como abrir e conservar açudes, pequenas barragens, barreiros e outras pequenas obras hídricas necessárias à população do nosso interior.
Além da produção agropecuária, nestas estradas circulam os ônibus escolares, as ambulâncias do Samu e todos os bens e mercadorias que suprem as necessidades da população rural. Sua melhor conservação diminuirá perdas agrícolas, reduzirá custos de transporte e permitirá maior conforto e rapidez nos deslocamentos.
Por meio do PAC, o governo federal está investindo em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. Também está investindo em obras de mobilidade urbana nas grandes e médias cidades. Com o PAC Equipamentos, faz um grande programa de mobilidade rural, inédito na história do nosso país, em parceria com os pequenos municípios.
São 5.061 municípios atendidos, beneficiando 24,7 milhões de pessoas que moram no meio rural (83 % da população rural brasileira), através da doação de 18.073 máquinas. É, provavelmente, o maior programa de compras públicas deste gênero em escala mundial, com investimentos de cerca de R$ 5 bilhões.
Todas estas máquinas foram adquiridas de indústrias situadas no Brasil, gerando mais empregos para os trabalhadores brasileiros e estímulos para a nossa economia, graças à adoção de margens de preferência para a indústria nacional nas licitações.
No ano safra 2013/2014, o governo federal colocou à disposição de pequenos, médios e grandes produtores R$ 157 bilhões em crédito com juros abaixo da inflação. Pequenos e médios produtores dispõem também de seguro agrícola, e os agricultores familiares contam com programas de garantia de preços e de compras governamentais de parte da sua produção, além de assistência técnica. Trabalhadores rurais sem terra podem se beneficiar da Política Nacional de Reforma Agrária. Os que têm pouca terra podem usufruir do Programa Nacional de Crédito Fundiário, que financia a aquisição de imóveis rurais.
Com o PAC Equipamentos, o governo federal reforça a integração de políticas públicas, visando ao desenvolvimento rural sustentável, associando aos instrumentos da política agrícola e agrária investimentos na infraestrutura e serviços necessários ao desenvolvimento dos territórios rurais.
Com o Programa Luz para Todos, evoluímos de 81% para 97% dos domicílios rurais com energia elétrica entre 2004 e 2012 (segundo a Pnad/IBGE). No mesmo período saímos de 58% para 74% dos domicílios rurais com água encanada (Pnad/IBGE), graças ao Programa Água para Todos. O Programa Nacional de Habitação Rural está permitindo, pela primeira vez na história do país, que agricultores de baixa renda financiem a construção de moradias. O Programa Mais Médicos está levando profissionais da medicina para os pequenos municípios. As prefeituras podem acessar também recursos para construir creches e escolas no interior. O Programa Nacional de Ensino Técnico está oportunizando cursos de formação para agricultores e para a população residente no meio rural.
Estas políticas, associadas ao aumento do salário mínimo e às aposentadorias rurais, à geração recorde de empregos formais, ao Bolsa Família e ao Brasil Sem Miséria, permitiram um crescimento de 52% acima da inflação na renda dos domicílios da agricultura familiar entre 2003 e 2011 (Pnad/IBGE). Com isso, 5,2 milhões de pessoas ascenderam socialmente no meio rural e 3,7 milhões destas chegaram à classe média (segundo a FGV).
A continuidade e o aperfeiçoamento destas políticas públicas permitirá ao Brasil constituir uma grande classe média rural, com capacidade de garantir a segurança alimentar e nutricional do nosso povo e a geração de excedentes para exportação, consolidando o Brasil como grande produtor de alimentos, em direção a um país rico e sem pobreza.
Pepe Vargas - ministro do Desenvolvimento Agrário - 
Artigo publicado originalmente no jornal O Globo, edição do dia 27 de janeiro de 2014.

Leonardo Boff: Hoje a revolução significa puxar os freios de emergência

Por Leonardo Boff
Atribui-se a Karl Marx esta frase pertinente: “só se fazem as revoluções que se fazem”. Quer dizer, a revolução não configura um ato subjetivo e voluntarista. Quando assim ocorre, é logo vencida por imatura e falta de consistência. A revolução acontece quando as condições da realidade estão objetivamente maduras e simultaneamente existe nos grupos humanos a vontade subjetiva de querê-la. Então ela irrompe com chance, nem sempre garantida, de vencer e se consolidar.
Atualmente teríamos todas as condições objetivas para uma revolução. Revolução é aqui tomada no seu sentido clássico como a mudança dos fins gerais de uma sociedade que cria os meios adequados para alcançá-los, o que implica a mudança nas estruturas sociais, jurídicas, econômicas e espirituais desta sociedade.
Atualmente a degradação geral em quase todos os âmbitos, especialmente na infra-estrutura natural que sustenta a vida é tão profunda que, em si, se necessitaria de uma radical revolução. Do contrário, podemos chegar tarde demais e assistir a catástrofes ecológico-sociais de magnitude nunca antes vividas pela história humana.
Mas não existe ainda, nos “donos do poder” a consciência subjetiva desta urgência. Nem a querem. Preferem manter seu poderio mesmo com o risco de eles mesmos sucumbirem num eventual Armagedon. O Titanic está afundando mas sua obsessão por ganhos é tão grande que continuam comprando e vendendo joias como se nada estivesse acontecendo.
Geralmente as “revoluções” são feitas pelos poderosos que se antecipam aos oprimidos, dizendo, como com frequência se pratica no Brasil:”façamos nós a “revolução” antes que o povo a faça”. Naturalmente não se trata de uma revolução, mas de um golpe de classe, usando, como no caso da “revolução de 1964”as forças armadas para esse fim. Esses vitoriosos tem seus acólitos que lhes cantam a loas, levantam-lhe monumentos, dão nomes às ruas, pontes e praças aos golpistas, como ainda persiste no Brasil.
A história dos vencidos raramente é feita. Sua memória é apagada. Mas às vezes esta memória vem à tona como uma força denunciatória perigosa. Foi mérito, por exemplo, do historiador mexicano Miguel León-Portilla de narrar o “Reverso da Conquista” da América Latina pelos ibéricos. Ai recolhe os testemunhos dramáticos e lancinantes das vítimas astecas, mais e incas. Em português foi traduzido por “A conquista da América Latina vista pelos Indios”(Vozes 1987). Vejamos apenas um testemunho indígena por ocasião da tomada de Tlatelolco (próxima da capital Tenochtlitlan, atual cidade do México). É simplesmente de chorar:
“Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos estão espalhados; destelhadas as casas; incandecentes seus muros; vermes abundam por ruas e praças e as paredes estão manchadas de miolos arrebentados; vermelhas estão as águas, como se alguém as tivesse tingido; temos mastigado grama salitrosa, pedaços de adobe, lagartixas, ratos e terra em pó e mais os vermes”(León-Portilla, p. 41).
Tais tragédias nos colocam a questão nunca respondida satisfatoriamente: tem sentido a história? Sentido para quem? Há todo tipo de interpretações, das mais pessimistas que veem a história como a sequência de guerras, assassiantos e matanças, até as mais otimistas, como aquela dos iluministas que pensavam a história como um crescimento na direção do progresso sem fim e de sociedades cada vez mais civilizadas.
As duas grandes guerras mundias, a de 1914 e a de 1939, e as que se seguiram após, vitimando cerca de 200 milhões pessoas, pulverizaram esse otimismo. Hoje ninguém nos pode dizer em que direção caminhamos: nem os sábios e santos Dalai Lama e o Papa Francisco. Mas os eventos se sucedem com toda a sua ambiguidade, alguns esperançadores, outros amedrontadores.
Filio-me à tradição judaico-cristã que afirma: a história só pode ser pensada partir de dois princípios: o da negação do negativo e o do cumprimento das promessas. A negação do negativo quer dizer: o criminoso não vai triunfar sobre a vítima. O peso do negativo da história não detém o sentido definitivo. Pelo contrário, o Criador “enxugará toda lágrima dos olhos, a morte não existirá mais nem haverá luto nem pranto, nem fadiga, porque tudo isso já passou”(Apocalipse 21,4).
O princípio do cumprimento das promessas sustenta:”eis que renovo todas as coisas; haverá um novo céu e uma nova terra; Deus morará entre nós e todos os povos serão povos de Deus”(Apocalipse 21, 5; 1 e 3). É a esperança imorredoura da tradição bíblica que não desaparecia nem quando judeus eram levados às câmaras nazistas de extermínio.
Com referência à situação atual reporto-me a uma frase de Walter Benjamin, citada por um seu estudioso franco-brasileiro, Michael Löwy:”Marx havia dito que as revoluções são a locomotiva da história mundial. Mas talvez as coisas se apresentem de maneira completamente diferente. É possível que as revoluções sejam o ato, pela humanidade que viaja nesse trem, de puxar os freios de emergência”(Waler Benjamin:aviso de incêncio, Boitempo 2005, p. 93-94). 
Nosso tempo é de puxar os freios antes que o trem se arrebente no fim da linha.
Leonardo Boff escreveu Cuidar da Terra – proteger a vida: como escapar do fim do mundo,Record, Rio 2010.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Tapa na cara. LUIZA AOS CORVOS: “MÍDIA SÓ VÊ O COPO DO LADO VAZIO”

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Dona da terceira maior rede de varejo do Brasil, a Magazine Luiza, Luiza Trajano rebate, em entrevista ao programa Manhattan Connection, da Globo News, os pessimistas que "só veem o copo do lado vazio, nunca do lado cheio"; a Caio Blinder, que fala em "varejo em crise", ela diz: "o crédito, o aumento da renda, o emprego e a entrada dessa classe média gerou para o setor a década do varejo"; Diogo Mainardi falou em inadimplência, inflação, aumento de juros e perguntou: "quando você irá vender suas lojas para a Amazon?"; apresentador recebeu como resposta: "inadimplência nunca esteve tão boa e ninguém será vendido".

Via 247 – Contra os pessimistas que "só veem o copo do lado vazio", a empresária Luiza Trajano, dona da terceira maior rede de varejo do Brasil, a Magazine Luiza, destacou em entrevista índices bastante positivos para o setor. A empresária declarou que esta foi a "década do varejo", que 2013 registrou o menor índice de inadimplência já visto, um crescimento anual de 5,9% e destaque para a geração de empregos. Além disso, rechaçou qualquer chance de crise, como previram seus entrevistadores.
As declarações foram feitas ao programa Manhattan Connection, da Globo News. Ao jornalista Caio Blinder, que garantiu que o setor vive uma crise atualmente, ela respondeu: "Com todo respeito, mas o varejo brasileiro não está em crise. O crédito, o aumento da renda e o emprego, e a entrada dessa nova classe média, gerou para o varejo a década do varejo. Então, eu tenho que discordar de você, viu Caio".
Na opinião da empresária, é um "hábito do brasileiro" ver "o copo do lado vazio, e nunca o lado do copo cheio". A imprensa, segundo ela, faz o mesmo. Utilizando-se da mesma expressão da entrevistada, Diogo Mainardi disse ser o próprio copo vazio. "Eu sou a personificação do copo vazio". Em seguida, rebateu os números de Luiza afirmando que "todos os fatores que determinaram o crescimento do varejo estão murchando, ou murcharam".
"Os juros estão subindo, o crédito diminui, a inadimplência aumentou pelo segundo ano consecutivo, a inflação aumenta, a indústria nacional foi sucateada, isso vai levar uma piora do emprego também. A pergunta é a seguinte: quando é que você vai vender suas lojas para a Amazon? Há como resistir à onda do varejo eletrônico?", questionou. Ele previu ainda: "Eu não vejo caminho para o varejista brasileiro numa situação em que vai haver crise. Se ela não existe ainda, haverá".
Levemente irritada, a dona da rede de 400 lojas garantiu que os dados de Mainardi estavam incorretos. "A inadimplência está totalmente sob controle, pelo contrário. Nunca tivemos um índice tão bom como nós terminamos agora em 2013", afirmou. Questionada se o fator ocorria em suas lojas, disse: "Não é na minha loja não, é no Brasil. É no varejo brasileiro, eu não estou falando da minha loja, estou falando geral, e te dou índice, e te mostro. A inadimplência diminuiu, eu provo, é estatístico isso, ela não aumentou".
Sobre o comércio eletrônico, a empresária que comanda cerca de 14 mil funcionários destacou que a Magazine Luiza é "muito forte no virtual" e que a empresa acredita que 56% das pessoas que compram pelo site visitam uma loja física. "Daqui a dez, quinze anos o movimento vai sendo transformado", diz. Mas garante que "nenhum brasileiro pretende vender seu varejo para a Amazon, com todo respeito que a gente tem pela Amazon". Ela destacou ainda que "o varejo é o maior gerador de empregos depois do governo" no País.
Assista ao programa aqui.

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